Convento dos Anjos

 

    O mosteiro foi fundado em 1494 pelos frades eremitas de Santo Agostinho. Diogo Azambuja foi o responsável pela construção da capela-mor, que hoje lhe serve de jazigo, e pela doação de avultadas quantias para a realização das obras. No século XVII e em 1940 a igreja sofreu grandiosas obras de restauro.

 

Descrição do convento

    A capela-mor é rectangular e coberta por uma abóbada estrelada de apenas um só tramo. Na parede do lado da epístola há duas janelas de arco semi-circular, dividido por mainel. O grande arco cruzeiro, restaurado, é de traçado quebrado com três colunelos (um médio e dois laterais). À esquerda do cruzeiro emerge a torre de quatro ventanas. Na parede da direita foram descobertas e restauradas duas janelas manuelinas de traçado trapezoidal. Nos lados do altar-mor pode-se ainda observar restos de pintura mural do século XVI.

     A fachada está datada de 1692 e é composta por uma porta rectangular, entre pilastras, e por um frontão interrompido por um nicho com uma escultura de um santo franciscano. Por cima, à altura do coro, encontra-se uma janela, também do século XVII. Na fachada do convento vê-se a entrada da portaria, formada dum arco sobre colunas dóricas isoladas.No seu primitivo lugar, na capela-mor, à esquerda encontra-se o arco tumular de Diogo de Azambuja. A estátua jacente representa-o armado e com uma criança aos pés. No centro da face da arca há uma cena de trabalho de ouro ladeada por dois escudos com as armas dos Azambujas e o castelo da Mina. Todo este túmulo foi construído por Diogo Pires-o-Moço.

     O actual retábulo renascentista da capela-mor é um aproveitamento de elementos de outros dois do século XVI. No corpo da igreja há duas capelas à esquerda e outras duas e um arco à direita. A capela do Sacramento, à esquerda, tem um arco quebrado do século XV com folhagem nos capitéis. Sobre a porta foi reposto o brasão de Diogo de Azambuja. Esta capela deve ser anterior ao convento e aqui reconstruída. Tem um retábulo do Espírito Santo proveniente, provavelmente, do desaparecido convento de S. Francisco. A outra capela, do mesmo lado, tem um arco decorado de 1622. O retábulo, de 1563, representa Cristo crucificado, e deve ter a mesma origem que o anterior. Do lado direito, a primeira capela a começar da capela-mor é do século XVIII e no retábulo representa-se a Creche. No frontal uma inscrição data-o do ano de 1504. Segue-se-lhe a capela da Anunciação, dos fins do século XVI. O portal é renascentista, ornado de colunas, colunelos e medalhões nas cantoneiras. No retábulo, pilastras enquadram uma Anunciação, secundária, do tipo coimbrão.

    A capela da Deposição tem um bom portal e um retábulo executado por João de Ruão em 1540-50. O retábulo representa, em trabalho delicado, Cristo deposto da Cruz. Do lado direito está o sepulcro de D. Margarida de Melo e Pina, morta pela Inquisição após 17 anos de cativeiro, julgada inocente postumamente. No corpo da igreja encontra-se ainda uma imagem em pedra de S. Pedro, sentado e de mitra, datado do século XVI, bem como duas estátuas de madeira de Santo Agostinho e de Nossa Senhora da Assunção do século XVIII.

     O claustro quadrado, datado do século XVII, é formado por colunas dóricas que sustentam arcos em asa de cesto. Na parte alta existe, entre cada contraforte, uma janela rasgada, formando um conjunto sóbrio e austero.

    No andar superior existe ainda uma capela abobadada com um retábulo simples do século XVIII.

 

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